Comércio entre Brasil e Canadá bate novo recorde histórico

Guerra entre Ucrânia e Rússia fez importações de adubos e fertilizantes pelo Brasil saltarem 317% entre janeiro-setembro de 2022, representando 76% do total importado.


O ano de 2022 já representa um marco nas relações entre Brasil e Canadá: os dois países registraram um novo recorde histórico no intercâmbio comercial, segundo dados copilados pelo estudo Quick Trade Facts, elaborado pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC).

O avanço na relação bilateral foi estimulado pela concretização de novos negócios e por um forte salto na compra de fertilizantes pelo Brasil, que sozinha representou 76% do total das importações, impulsionada especialmente por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia

Entre janeiro e setembro deste ano, a corrente de comércio – que representa a soma das importações e exportações – totalizou US$ (FOB) 8,223 bilhões (novo recorde histórico), já superando os US$ (FOB) 7,497 bilhões alcançados no acumulado dos 12 meses de 2021.

O menor nível na última década foi visto em 2016, quando ficou em US$ 4,2 bilhões. De lá para cá, porém, os resultados foram se tornando mais expressivos – apontando para uma maior complementaridade das duas economias nos anos seguintes.

Brasil mais próximo do Canadá

O total de US$ (FOB) 8,223 bilhões alcançados na corrente comercial entre janeiro e setembro de 2022 representa um avanço de 62,5% frente aos US$ (FOB) 5,05 bilhões registrados em igual período do ano passado. O saldo comercial nos nove meses ficou negativo para o Brasil em US$ (FOB) 333,7 milhões, impactado pelo avanço das importações.

Considerando o período janeiro-setembro de 2022, o Canadá se manteve na 13ª posição como o maior destino das exportações brasileiras. Já no ranking das importações, o país norte-americano avançou da 10ª posição para o 8º lugar.

Uma “nova era” comercial

“Em toda a história comercial entre Brasil e Canadá, nunca se viu uma relação tão profunda como a atual. O Canadá, que já representa o maior destino internacional dos estudantes brasileiros, está agora na mira das empresas que não apenas querem se internacionalizar, como também expandir os negócios e criar bases de operações na América do Norte”, avalia Paulo de Castro Reis, diretor de Relações Institucionais da CCBC.

De acordo com o executivo, as oportunidades de negócios no Canadá estão entrando no radar das empresas brasileiras. “O ano de 2022 foi marcado por grandes eventos e missões comerciais de diversos setores estratégicos, contribuindo para que investidores do Brasil conhecessem não só o ecossistema de inovação canadense, mas também tivessem a chance de compartilhar conhecimentos e ideias para firmar novas parcerias e acordos comerciais”, conclui.

O grande pulo das importações

As compras de produtos canadenses totalizaram US$ (FOB) 4,278 bilhões nos três primeiros trimestres deste ano, disparando 164% frente janeiro-setembro de 2021, quando somaram US$ (FOB) 1,620 bilhão.

Dentre os produtos mais adquiridos pelo Brasil, o destaque permanece para a indústria química (em especial adubos ou fertilizantes químicos), cuja alta significativa foi 317%, totalizando US$ (FOB) 3,2 bilhões e representando 76% do total de importações, impulsionada principalmente pelos conflitos envolvendo a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, incluindo suas partes, representaram 6,3% do total importado, contabilizando US$ (FOB) 271 milhões, enquanto a compra pelo Brasil de aeronaves e outros equipamentos atingiram US$ (FOB) 152 milhões ou 3,5% da soma geral de importações.

Exportações também avançam

Os embarques ao Canadá totalizaram US$ (FOB) 3,944 bilhões entre janeiro-setembro de 2022, um aumento de 15% em comparação à igual período do ano anterior, quando foram registradas vendas externas de US$ (FOB) 3,438 bilhões.

Os principais destaques nas exportações brasileiras ao Canadá e com maior peso na balança comercial no período foram: ouro (31% do total exportado); alumina (óxido de alumínio, exceto corindo artificial), representando 29% do total; e açúcares e melaços (8,9%).

Redação

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