Porto de Luís Correia atraca como realidade e mira progresso para o Piauí

Um dos maiores sonhos de progresso do Piauí, o Porto de Luís Correia receberá na próxima quarta-feira (13), autorização para seu pleno funcionamento.


Reprodução do projeto portuário idealizado

A rota do desenvolvimento já tem data marcada para embarcar no litoral do Piauí. Na próxima quarta-feira (13), que coincidentemente marca também o dia do Marinheiro, o município de Luís Correira é quem receberá inúmeros motivos para celebrar. Acontece que a cidade inaugura a etapa inicial do primeiro Porto piauiense, idealizado ainda em 1960, mas que agora atraca como realidade e marco para o desenvolvimento do estado.

Apesar de ser um sonho antigo e muito aguardada pelos piauienses, a obra do porto iniciou a etapa atual vivenciada em 2021, com a fase de planejamento. É o que destaca Maria Cristina, Diretora da Companhia Porto Piauí. “Em 2021 a gente começou os projetos, a elaboração de estudos relacionados ao primeiro terminal, que é o pesqueiro e já trás uma série de benefícios”.

As próximas etapas, trabalhadas em 2022, também foram focadas nos estudos ambientais e na elaboração de projetos civis e aquaviários. Já em 2023, segundo Cristina, foi realizada a licitação do cais e dragagem que deve dar andamento aos vários momentos do projeto.

“No início de 2023 licitamos a obra da primeira etapa e vai seguir. O porto, a gente não vai estar finalizando a entrega, mas iniciando a entrega. São várias etapas que serão realizadas. Essa primeira é referente ao terminal pesqueiro”.

Nasce o porto piauiense

Marcado como um dos maiores sonhos para atingir o progresso por meio da faixa litorânea do Piauí, o Porto de Luís Correia receberá, do Ministério dos Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, a autorização oficial para funcionamento. Na prática, o documento é uma espécie de “certidão de nascimento” do Porto.

O primeiro registro documental, inclusive, já foi concedido pelo Ministério. É o que confirma Victor Hugo, presidente da Investe Piauí, empresa de economia mista responsável pela operação. “É importante mencionar que o Ministério de Portos já concedeu a certidão de nascimento, primeiro documento que institui o Porto Piauí, uma das empresas que estão vinculadas ao grupo Investe Piauí”.

Victor Hugo destacou os principais pontos que serão entregues já nesta primeira etapa de inauguração. O presidente ainda informou quais são os terminais iniciais que serão construídos a partir de um chamamento público, reforçando a transparência, que também tem papel de destaque na execução da concretização do projeto.

“A área do complexo portuário será entregue, a sua primeira etapa, no dia 13 de dezembro. Essa área foi urbanizada, nós temos aqui pátio para acomodar as mercadorias já concluído, um pátio de 18 mil metros quadrado, adequado para diversas mercadorias. Temos também a hidrovia, cerca de 3,5km que foi realizada a dragagem. Nós aprofundamos o canal em 9 metros para que embarcações de médio e grande porte possam acessar o cais que está sendo executado, de 180m por 35m. Nós temos também o loteamento dos terminais que serão construídos. Os terminais pesqueiro, de grãos e fertilizantes, de hidrogênio verde e amônia e terminal de cargas gerais. Esses terminais serão licitados, haverá um chamamento público por parte da Investe para selecionar os seus parceiros. Toda a urbanização, de vias, iluminação, acesso a energia e água, guarita e centro administrativo, tudo isso está sendo entregue nessa primeira etapa, entregue nesse dia 13 de dezembro.”

Serão abertas concessões para empresas operarem esses terminais. A previsão é de que a construção dos quatro terminais custe R$ 1 bilhão, com maioria dos recursos oriundos de empresas privadas. A infraestrutura, cujas obras foram retomadas em março de 2023, após anos paralisadas, consiste em três espaços distintos: o cais, a dragagem e a urbanização do local.

O cais está em fase de conclusão, onde estão sendo investidos R$ 33.153.865,45. Terá 180 metros de cumprimento por 35 de largura. A dragagem possui 3,5 quilômetros, na qual foram aplicados R$ 64.197.087,86. Desde março foram retirados mais de 600 mil cúbicos de areia do fundo da água, por meio de uma draga, que elevou o calado para nove metros, em um canal de 3,5 km no rio Igaraçu. Já a urbanização da retroárea custou R$ 13.746.248,74 e contempla a construção de ruas, o gate de acesso, que é o portal de acesso do porto, e um centro administrativo.

O Porto Piauí já pode receber navios?

O Porto Piauí está apto a receber embarcações com comprimento de 60 metros, calado de 6 metros e boca de 11 metros. Porém, a operação de navios regulares, levando e trazendo mercadorias, só será possível após a instalação de terminais específicos, que serão construídos pelas empresas interessadas em operar no local.

Quando o porto vai exportar e importar?

O Governo estima que no segundo semestre de 2024 já haverá mercadorias sendo transportadas pelo porto, assim que o primeiro terminal ficar pronto.

Há empresas interessadas?

Segundo a Investe Piauí, já manifestaram interesse a Lion Mining, empresa que explora minério de ferro em Piripiri, além de outra companhia em transportar litotâmnio, uma espécie de calcário marinho.

Quando as empresas vão começar a construir os terminais?

Até fevereiro de 2024, o Governo do Estado vai fazer o chamamento público, por meio de editais, para que as empresas interessadas possam explorar o porto e operar os terminais.

No entanto, um dos terminais, o pesqueiro, está sendo construído pela Investe Piauí para incentivar a instalação de indústrias no próprio local. Sendo assim, o terminal pesqueiro é o primeiro que vai funcionar, já que suas obras estão em andamento.

Mas esse terminal deverá ter também a participação de empresas privadas, que estão sendo contactadas pelo Governo do Estado.

Quantos empregos serão gerados após a inauguração do Porto?

Dentro do Porto, uma das empresas de processamento de frutos do mar (indústria de conservas) vai gerar cerca de 400 empregos. Além dela, todas as indústrias que serão acopladas ao Terminal Pesqueiro também vão gerar empregos. Os demais terminais não terão indústrias acopladas, apenas serão usados como meio de transporte.

Qual deve ser o impacto na economia da região?

O principal impacto para o Piauí é permitir que empresas locais possam exportar e importar produtos pelo litoral do estado, gerando riqueza e trazendo impostos para o Piauí.

Hoje, a ida e vinda de produtos acontecem pelos portos de Itaqui, no Maranhão, e Pecém, no Ceará, deixando recursos nesses dois estados. Para se ter uma ideia, o Piauí perde em arrecadação cerca de R$ 300 milhões por ano só por chegar no Porto de Itaqui, em São Luís (MA).

Com o porto, toda a produção de grãos do estado, mel, minérios e outros passará a ser exportada por Luís Correia.

Fonte: Meio Norte

Redação

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