Impacto da inflação preocupa 79% das famílias brasileiras
Estudo Consumer Pulse, da TransUnion, destaca que a incerteza e a pressão nas finanças domésticas permanecem altas no segundo trimestre de 2022.
A TransUnion, empresa global de informações e insights, divulga os resultados do Consumer Pulse Study referentes ao segundo trimestre de 2022. O destaque é como a inflação influenciou a vida financeira da população brasileira. Embora pesquisas recentes tenham mostrado que o impacto da pandemia de COVID-19 nas finanças tenha diminuído, com pequena melhoria na renda mensal, a dinâmica macroeconômica local e global gerou preocupação entre as pessoas entrevistadas.
“Com a atual situação financeira do país, a perda de emprego e a redução de salário continuam sendo os principais motivos da diminuição de renda, o que gera impacto direto no poder de compra do consumidor”, diz Claudio Pasqualin, Vice-Presidente de Soluções da TransUnion Brasil. “A preocupação do brasileiro com a inflação reflete imediatamente na vida financeira da população. Desde o início de 2022 essa foi a principal queixa em relação às finanças. É difícil se planejar quando não se sabe qual será a taxa de inflação dos próximos dias. Os números mostram o quanto os brasileiros estão apreensivos em como irão pagar suas contas e, consequentemente, mais de 40% indicam que não irão pagar alguns de seus boletos nos próximos meses. Neste momento, empresas de crédito têm a oportunidade de oferecer novos recursos, adaptando seus serviços para a recuperação financeira estável da população”, finaliza.
Mesmo que o impacto financeiro causado pela pandemia de COVID-19 tenha caído, a inflação gera preocupação entre as pessoas entrevistadas
Durante o segundo trimestre de 2022, 79% das pessoas apontaram estar muito ou extremamente preocupadas com a inflação nos últimos três meses, enquanto 86% dos consumidores indicaram a necessidade de realizar mudanças nos gastos por conta disso. Já a porcentagem de pessoas preocupadas com a capacidade de pagar contas ou empréstimos integralmente se manteve praticamente a mesma em relação ao trimestre anterior, com 78% da população pesquisada expressando atenção ao tema, 1% a mais do que o primeiro trimestre de 2022. Dentro deste grupo, 41% dos brasileiros disseram que não poderiam pagar pelo menos uma de suas contas ou empréstimos, sendo elas: cartão de crédito (48%), pagamento de empréstimos pessoais (27%), serviços de telecomunicação (10%) e serviços públicos (14%).
De todos os pesquisados, 37% indicaram que sua renda mensal diminuiu nos últimos três meses, abaixo dos 40% se comparado ao primeiro trimestre de 2022. Enquanto isso, 35% disseram que a renda permaneceu a mesma e 28% apontaram crescimento nos ganhos. Os fatores mais citados como motivo da queda de renda foram a perda do emprego (24%) e a redução de salário (21%). A porcentagem de pessoas entrevistadas que relataram a perda de emprego por algum membro da família no último trimestre segue a mesma da pesquisa anterior (24%), enquanto, 21% e 13% indicaram que alguém em sua residência teve seu salário ou horas de trabalho reduzidos, respectivamente. Em contrapartida, o estudo também mostrou pontos positivos, já que 9% das pessoas pesquisadas indicaram que começaram um novo emprego, 12% iniciaram um novo negócio e 13% apontaram aumento de salário por algum integrante da família.
Enquanto a maioria das pessoas enxerga a importância dos produtos de crédito, menos da metade afirma ter acesso suficiente
A TransUnion também avaliou as expectativas em relação aos gastos da população. No segundo trimestre de 2022, o percentual de pessoas pesquisadas que esperavam reduzir suas despesas extras (como alimentação fora do lar, viagens e entretenimento) subiu para 57% em comparação aos primeiros três meses do ano, que representava 49%. Além disso, 24% dos brasileiros entrevistados disseram ter reduzido ou cancelado serviços digitais, enquanto, ao contrário disso, 19% aumentaram ou ampliaram acesso aos mesmos serviços. A pesquisa também mostrou qual será a mudança esperada para os próximos três meses no quesito gastos domésticos. Enquanto 39% desejam conseguir controlar suas dívidas de gastos extras e grandes compras (como carros, eletrodomésticos, entre outros), 38% querem reduzir as despesas de varejo, em itens como roupas, eletrônicos etc.
De acordo com o estudo, 91% dos entrevistados acreditam que ter acesso ao crédito e a empréstimos são fatores importantes para atingir suas metas financeiras, ao passo que, quase a metade (45%) afirmam ter acesso suficiente aos produtos de crédito. Apesar disso, 55% dos brasileiros consideram solicitar um novo crédito ou refinanciar algum outro já existente, mas, optaram por não fazê-lo. Os principais motivos apontados são o custo muito alto (44%), não teria o suficiente para pagar suas contas (24%), renda (19%), histórico de crédito (18%), entre outros.
A pesquisa também mostra que 62% das pessoas entrevistadas acreditam que sua pontuação de crédito aumentaria se as empresas se aproveitassem de informações que não constam em um relatório de crédito comum, como pagamento de aluguel, histórico de empréstimos a curto prazo, inscrição de academia, entre outros.
Já para o futuro, 42% da população disse que solicitará um novo crédito ou refinanciamento nos próximos 12 meses, o que representa um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2022. Dentro deste número, os Millennials e a Geração Z foram as gerações com maior intenção de buscar novos créditos, com 49% e 47%, respectivamente. Logo aparece a Geração X com 34% e, em seguida, os Baby Boomers que são menos propensos a terem planos de pedir um novo crédito que as outras gerações, com 27%.
“Mais da metade dos brasileiros deseja solicitar um novo crédito, mas, decidiram por não fazê-lo, o que mostra o quanto é necessário oferecer propostas que tragam qualidade à vida financeira do consumidor. A importância de ter produtos de crédito fica clara para 9 a cada 10 brasileiros (91%). Ou seja, a demanda existe, o que falta é investir em soluções que equilibrem risco, retorno e oferta a custo adequado. Para isto, é indispensável medir o risco de crédito de uma forma mais ampla.”, finaliza Pasqualin.
Quase 30% dos entrevistados afirmam ter sido alvos ou vítimas de fraude digital
O estudo mostrou que cada vez mais as pessoas optam por usar recursos digitais para resolver pendências do dia a dia, como banco, consultas médicas, compras de supermercado e varejo, entre outros. No total, 43% dos entrevistados indicaram realizar mais da metade de suas transações online, 44% fizeram até metade das suas transações por vias digitais e apenas 13% não realizaram nenhuma transação online.
Neste contexto mais digital, muitos se tornam um alvo fácil para ações fraudulentas. No segundo trimestre deste ano, 27% dos entrevistados indicaram que foram alvo ou vítimas de fraude digital, três pontos percentuais a mais do que no primeiro trimestre do ano. Os esquemas de fraude mais comuns incluíam golpes de cartões de crédito e taxas fraudulentas (31%). Cerca de 9 em cada 10 pessoas (85%) indicaram preocupação em compartilhar suas informações pessoais, citando apreensão com privacidade (74%) e medo de terem sua identidade roubada (72%). Porém, 56% disseram que seria mais provável fornecer suas informações pessoais se isso significasse economia de dinheiro.
O Consumer Pulse Study do segundo trimestre de 2022 foi baseado em um levantamento de 1.013 pessoas adultas brasileiras, realizado entre 26 de maio e 03 de junho de 2022. A pesquisa completa do Consumer Pulse Study sobre a situação financeira dos brasileiros realizada no segundo trimestre de 2022 pela TransUnion pode ser acessada aqui.