Sociedade pode ser a salvação ou a ruína de um empreendimento
De acordo com o palestrante Alexandre Slivnik, sócios devem contar com valores e objetivos bem próximos, mesmo que possuam opiniões diferentes em relação a determinados assuntos.
Empreender é um grande desafio, e muitos acreditam que uma sociedade pode ser a solução para os problemas financeiros que se apresentam no início de um negócio. Mas é necessário ter cautela antes de constituir uma sociedade, principalmente se for com alguém que não possui valores semelhantes aos seus.
De acordo com Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, não existe uma regra sobre com quem se deve ou não fazer uma sociedade, sejam amigos ou familiares. “O Walt Disney, por exemplo, faliu três vezes antes de abrir sua empresa que, nos dias de hoje, é uma das mais reconhecidas do mundo. Ele foi sócio de pessoas que, talvez, não tivessem as características que ele precisava. Ele só fez sucesso quando se associou ao irmão. Walt era o gênio criativo, enquanto seu irmão, Roy, era o gênio financeiro. Essas características somadas fizeram essa grande empresa dar certo. Mas não é uma regra. Existem famílias que, além de quebrar a empresa, quebram a relação entre si por não saber separar as coisas”, relata.
Para o palestrante, o principal é que os sócios tenham valores de vida similares, além de capacidades que se complementem. “Em um casamento alguém vai precisar renunciar a algo em determinado momento, e uma sociedade funciona da mesma maneira. Os dois devem saber que não vão vencer em todas as escolhas, mas para dar certo é preciso que as duas partes tenham valores congruentes e competências complementares. Esse é exatamente o caso de Roy e Walt Disney, que se fortaleceram com suas diferenças em busca de um mesmo objetivo”, pontua.
Para manter uma relação saudável mesmo fora do ambiente de trabalho, no caso de uma sociedade familiar, é importante não misturar os ambientes das discussões (empresa e família). “Às vezes, durante o dia de trabalho, existem brigas sobre determinados assuntos entre as duas ou mais partes que comandam o negócio. Mas a partir do momento em que elas saem do ambiente da empresa e vão para um restaurante ou algo assim, é importante manter um relacionamento familiar saudável e esquecer dos impasses que aconteceram no ambiente de trabalho. Não use esse momento para continuar brigando, mas sim, para trazer união e força para essa relação. Muitas sociedades familiares chegam ao fim justamente pela falta de uma divisão de tempo”, revela Slivnik.
De acordo com o especialista em treinamento e desenvolvimento, isso não deve impedir que gestores exponham suas opiniões, mesmo que contrárias às de seus sócios. “O empreendedor que pensa na possível reação de um sócio, antes de se posicionar perante algum tema, está minando o próprio negócio. O mais importante em uma relação, seja pessoal ou em uma sociedade, é a transparência. É preciso sim falar aquilo que a gente pensa e, ao mesmo tempo, saber ouvir posições opostas. É preciso entender o ponto de vista do outro, respeitar e divergir se for necessário. Os pensamentos devem estar alinhados em busca do mesmo objetivo”, finaliza.
Alexandre Slivnik é reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1). Autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. Diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). Vice-Presidente da ABTD – Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. Professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. Atualmente é um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education – Boston / EUA).