Nova geração de trabalhadores renova a filosofia de empresas e startups

De acordo com o palestrante Alexandre Slivnik, profissionais mais jovens influenciam nas metodologias aplicadas dentro das organizações.


Uma nova geração de trabalhadores está, cada vez mais, marcando presença no mercado empregatício, contando com uma maneira completamente diferente de pensar e agir dentro do ambiente de trabalho.

Para Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, os conceitos de posicionamento no ambiente de trabalho evoluíram com o surgimento de novas gerações. “As pessoas eram educadas naquele esquema de manda quem pode, obedece quem tem juízo, já que muitos viveram na época da ditadura, onde quem não seguia as regras era punido. Por outro lado, a nova geração é mais determinada nesse sentido, não se satisfazendo em situações incômodas e fazendo constantes questionamentos a seus superiores”, revela.

O palestrante vê essa mudança de paradigma com positividade. “Questionar decisões de gestores pode até parecer arriscado, mas esse tipo de atitude foi o que causou as transformações que vemos atualmente, como, por exemplo, algumas comunidades que estão ganhando mais espaço no mercado de trabalho”, relata.

Dados apontam que em 2020, a geração Z atingiu a ocupação de mais de 20% dos postos de trabalho, causando mudanças nos processos corporativos e nas relações profissionais.

De acordo com Slivnik, é importante que gestores se adaptem a essa nova realidade de perfil dos trabalhadores. “É preciso dar espaço para as pessoas questionarem, pois são as opiniões divergentes que levam à inovação. Uma pessoa com mais experiência não deve, simplesmente, invalidar as opiniões de profissionais mais jovens, que possuem uma visão diferente sobre assuntos relacionados ao trabalho”, pontua.

Slivnik afirma que algumas dessas mudanças já estavam em curso, mas foram aceleradas pela pandemia de Covid-19. “Flexibilidade nos horários e o conceito de home-office já eram uma realidade para muitos trabalhadores, mas isso se expandiu em 2020 e 2021, fazendo com que gestores vissem que, em alguns casos, existe a possibilidade de ter funcionários produtivos mesmo que eles estejam dentro de suas casas”, declara.

De olhos no futuro, Slivnik acredita que mudanças ainda mais radicais estão por vir “Nos próximos anos, chegarão no mercado de trabalho aqueles que já nasceram com um smartphone e tela touch em mãos. Ou seja, a tecnologia já vem “inserida” nesses futuros profissionais, e eles precisam ter espaço e liberdade para expressarem seus questionamentos”, finaliza.

Redação

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